quarta-feira, 30 de março de 2011




Pretérito Imperfeito

Como dizer que não lhe gosto,
Se cada vez que penso em você
Cada poro do meu corpo se dilata
E minhas terminações nervosas
Ficam ainda mais nervosas
Como dizer que não te quero
Se toda noite ao recostar minha mente ao travesseiro
Penso que poderia estar deitado ao teu lado
Sentindo tua pele, teu olhar, tua ternura...
Como dizer que não te espero
Se cada vez que o telefone toca
Torço com todas as minhas forças
Para ser você, nem que fosse para apenas dizer um “bom dia”
Um “boa noite”, um “boa tarde”
Como dizer que não te admiro
Se a cada vez que olho pra você
Agradeço ao Divino por ponderar tamanha
Beleza e inteligência numa só alma...
Como dizer que não tenho inveja
Se me dói o fundo do peito pensar
Que outra pessoa, e não eu, a tem neste momento em seus braços...
Como dizer que não cultivo a ambição
Se almejo tê-la de forma especial e exclusiva
Tê-la inteira para mim, ter o direito
O direito de te abraçar e te beijar
Quando fosse...
Não importando o dia, a hora
Os olhares alheios,
O medo particular ou mútuo...
Como dizer que não tenho medo
Se meu maior medo é ver um mundo
Um mundo sem a tua presença
Onde eu não pudesse nem a imaginar
Onde eu não pudesse nem a inventar
Como dizer que não me desespero
Se o que eu mais faço é correr contra o tempo
Correr contra o vento
Contra o destino que insiste em distanciar
Distanciar nossos caminhos, fazendo-os não se cruzarem
Correr contra isso tudo, desesperado, desamparado
Tentando impedir algo que considero quase inatingível...
Como pensar em te perder
Se cada vez que este pensamento me espreita,
Meu espírito implora um extermínio iminente
Abandonando qualquer tipo de credo, ou de afeto
Afeto a outras pessoas, a família, a amigos, a mim mesmo
Desejando apenas não existir em uma existência que não exista você...
Como dizer que não te amo
Se, mesmo com páginas em branco
E mais páginas em branco disponíveis
Não consigo exprimir sequer
Metade do infinito amor que sinto por ti
Metade do infinito gozo que sinto em tua simples presença
Metade da infinita aflição que sinto ao estar longe demais de você...
Não, não posso dizer estas coisas...
Não posso nem ousar a arquitetá-las
Posso até querer me livrar disso tudo
Livrar-me de um sentimento doentio e alimentado por lágrimas e anseios inválidos
Mas não, livrar-me de você, não
Seria injusto
Ou seria justo!
Sofrer tanto, e por tanto tempo por alguém que não fará parte de minha vida?
Como dizer que não amei ninguém de forma essencial e doentia
Se em algum dia do passado
Passado chuvoso
Invadido pela dor e o torpor
Eu pude dedicar-te versos tão egoístas
Como estes?
Sim, amei...
Hoje, me amo
E escrevo os mais belos versos dedicados a mim
A mim mesmo!


Meu primeiro post sentimental AUIHUIHSAUSH'
Desculpa gente! rs'
Bem, é um texto um pouco velho...
Escrevi-o há alguns anos...três anos se não me falha a memória!

Abraço a todos!

Paulo Rogerio Torezani
"Librans Omnes"

sábado, 26 de março de 2011

Hesitou à minha frente. Foi isso mesmo. Hesitou à minha frente como se eu, bicho estranho, não quisesse ser outra coisa que não um bicho estranho, de outra espécie. Voltou. Espreitou-me por entre as árvores. Avaliou-me. Calculou o perigo iminente. Revoluteou o corpo esguio em uma manobra de contra-ataque repentino. Mirou-me, as pupilas dilatadas e a íris de um brilho verde-selvagem.
Sondou o terreno. Cogitou obstáculos. Estrategista, arrastou-se pela relva observando o campo inimigo. Optou por uma retirada rápida nos primeiros cem metros rasos. Esperou a recidiva belicosa das tropas inimigas. Nenhum sinal. Operação concluída. Poderia continuar sem sobressaltos, sua caçada noturna. E, eu, cá com meus botões, questionava, sou mesmo tanto perigo? Antes que me esqueça, intitulo estes dois parágrafos de “Gatos”.

J.P.G. Monroset

quinta-feira, 24 de março de 2011

Meu porto seguro


E por onde for quero ter você comigo, e por onde for quero ter você como abrigo.
Pra me aquecer ou pra proteger, sentindo seu calor junto ao meu!!!
E em teus braços eu poder me encolher até sumir no ar!!!
E flutuar sem medo de cair!

Mayara Rosa

terça-feira, 22 de março de 2011

Zombeteando amor


                                            A garganta que antes solfejava palavras sutis
Ao meio de cantigas matinais de uma túrgida alegria,
Hoje se rasga se esmaga, ao tentar soletra palavras para ninar a
Criança resmungona em você.

                                                                          - Wellinton Prates

segunda-feira, 21 de março de 2011

Coisa livre

Esse frêmito fortuito
que percorre o corpo nu
na sua intimidade de corpo só,
isso, em uma palavra é
Liberdade! diga-se logo,
é uma matilha enjaulada
na fronteira milimétrica
do epitélio.
Liberdade, ainda que se queira
mais uma vez desdizer
é dizer o inaudito
Porque tudo já se morreu no passado.
Liberdade é possibilidade
de que o espírito invada a matéria e
preencha-a com seu ânima.
Liberdade é sempre uma palavra
que se diz no presente,
porque ou se é
ou não se é
essa coisa livre.

J. P. G. Monroset

O que dizer sobre o amor?

Ah, o amor! É mesmo sobrenatural.
Há quem diga que ele machuca, aperta o coração.
E mesmo assim, não há quem viva sem ele.
É meio que indagável,
E ao mesmo tempo estimulador.
Propulsor de anseios,
Trazendo em suas vertentes
As veredas do que significa amar.
E amando, nos tornamos mais puros,
Majestosos e impetuosos seres apaixonados,
Capazes de cometer qualquer loucura.
Mas uma loucura boa, que só faça o bem,
Bem ao coração!!!
E o que dizer sobre o amor?
Apenas sinta, pois não há palavras que respondam!


                                                     Mayara Rosa

sábado, 19 de março de 2011

Fragilidades



"Perdido sentei-me no elevador externo da insanidade.
Observei ao longe vozes tremulas e relutantes.
E percebi que me via perdido,
 Em busca de minhas reticências
 Perdidas ao lado do irreal."

                                                    - Wellinton Prates

sexta-feira, 18 de março de 2011

A via sacra

Hoje, um anjo de manobras esparsas
Visitou-me a fronte
Úmida deste mundo.
Encontrou-me à beira de um quinhão de verdade
Rasgando o mundo à maneira de Dalí.
Sob um sol matutino dizia-me
Veja, a vida sortileja ao seu redor!
Eu, muda, não compreendia

o que me entrava pelos olhos
e ouvidos adentro,
mas desconfiava que era vida.

J. P. G. Monroset

Surpreso


Fujo da obrigação
Abstenho-me da dependência
Tento entender o destino
Frustro-me ao questionar sua existência

Flutuo na brisa
Busco refúgio no descaso
Esqueço o tempo
Jogo-me ao acaso

O que é o acaso?

Ler, ver, ater
Amar, brincar, rezar
Sentir, ir e vir
Surpreendo-me, sei rimar.



Paulo Rogerio Torezani
'Librans omnes'

Já não me importa, te amo

Amor loucura de minha nova insanidade por você

Sentir, tocar, cheirar, beijar,
Ele e ela, ela e ele, já não me importo.
Sair, brincar, amar, se entregar
A alguma coisa desconhecida
Que desconhecemos até agora, ou
Pensamos que não conhecemos.

Se intrigar com o desconhecido
É sentir comichões nos pés, é sair
Com o vento por um dia sem fim.
É tocar o invisível e gostar do que ver,
Ou brincar com alguns patos e amar
Talvez ele e ela ou ela e ele
Já não me importa.

Wellinton Prates

"Muito feliz com esta oportunidade de esta poddendo mostrar ao mundo minhas idéias.
Agradeço aos meus amigos Juh, Paulo e May por fazer parte dessa história que está só começando"!
"... Já vos adianto
O passado não existe,
O futuro também não,
Vivemos do que fomos,
Morreremos do que vamos ser.
Qual a tua ascendência?
Qual é a tua descendência?
O que te importa? O que me importa.
Importo-me com o ar nos meus pulmões,
Com algo pra escrever.
De que adianta?
Adianta muito quando se quer ir à diante.
Mais ainda quando adianta ir mais à diante."


Um abraço inefável, inarrável, indizível, indescritível e, por que não, redundante a Jú, Tom e May.
Idem a todos os leitores. Bem vindos!

Paulo Rogerio Torezani
'Librans omnes'

terça-feira, 15 de março de 2011

O marinheiro

Trazia as vestes, o marujo,
Salpicadas de sal da maresia
De errar e navegar por aí
Com sua nau capitânia
Sem rumo, ao norte d’algum

oceano imaginário.

J. P. G. Monroset

segunda-feira, 7 de março de 2011

A águia

Vi certa vez uma águia linda que afrontava uma tempestade em um fim de tarde, plainava forte e era a cena mais bela que já vi. Aquele animal tão indefeso encarava as núvens belicosas como se fossem feitas de sonhos antigos e os raios que despendiam, como se fossem feitos da energia mais pura das bobinas de Tesla. Sei que vocês a vêem através dos meus olhos.


J. P. G. Monroset

domingo, 6 de março de 2011

sexta-feira, 4 de março de 2011

Pequeno pianista

Aquele coqueiro cintila tão gentilmente à luz de um sol matinal,
E toca uma melodia tão suave com seus compridos dedos verdes.
Pianista exímio, quero que saibas que lhe entendo a devoção de sua vida a uma melodia que não posso ouvir.


J. P. G. Monroset

quinta-feira, 3 de março de 2011

Sapiens sapiens

Há dias que o macaco volve à jaula e
Hospeda-se sem ser requestado
Olha-me os dedos e sorri displicente
seu lampejo de alma incauta.
Encara-me um olhar momista a entreter-me
com meia dúzia de piruetas circenses.
Eu, volto-me só
e espero que esse céu de veludo negro noturno
absorva-me as incongruências.



J. P. G. Monroset

quarta-feira, 2 de março de 2011

Solares

Repare nesse sol incidental
estertoroso, apical
episcopal.
Antes, repare na intenção destes raios,
na sua vontade incongruente
de alumiar a realidade.
Como se a realidade não estivesse ela própria
dormida de si.
Esse homem que desce a ladeira
é tão homem,
tão sol,
tão coisa por fazer.
O homem me viu escrutinando a realidade
Acercando-me do limite infinito
desse inconteste devir.