sexta-feira, 22 de julho de 2011

( )

Eu nem sei o que se passa em minha cabeça agora.
Somente sinto uma dor interminável no fundo do meu peito.
Uma dor que parece não ter fim.
E por mais que eu tente, não encontro um remédio que a alivie.
É simplesmente quando olho para o lado e me pergunto:
Cadê os amigas pra desabafar?
E o meu amor pra dar-me carinho?
Só me restou papai e mamãe, mas que por horas já devem estar dormindo.
Deus dai-me forças, para superar esta dor.
É somente a ti que tenho neste momento.
Eu me pergunto: onde errei? Onde?
Eu só precisava agora de um carinho, um abraço e uma voz falando bem baixinho:
Ei, eu estou aqui com você.
Pra que não me sentisse tão só. 
Pra que não sentisse tanta dor.
Eu olho pra esse quarto tão pequeno e apertado, que pra mim é vasto.
Apenas fecho os olhos e choro, sem cessar.
As lágrimas são a única forma de eliminar parte da dor que me consome.
O sono parece que não vai voltar tão cedo.
Vou tentando me controlar, mesmo que impossível.
E depois de escrever estas vinte linhas. Minhas lágrimas secaram.
Decidi ser forte. Deus me deu esta capacidade.
Vou ser gente grande, e aprender que chorar é coisa feia.
E o mais importante: não vou deixar que ninguém, ninguém me faça sofrer.

May Rosa

terça-feira, 24 de maio de 2011

A LINGUAGEM DE TODOS OS DIAS

Devo ter mal compreendido as chinesices desse texto, cujas expressões são do tempo da onça e os objetivos resumiam-se, sem chorumelas, a tirar as minhas barbas do molho. Mas os macacos me morderam porque encontrei um broto de chuchu beleza (eles adoram chuchu).
Triste foi o caixa prego, do balacobaco, do Pedro Bó. Foi lamber sabão porque tava pensando que berimbau é gaita, como manda o virgulino.
Mas pelas barbas do profeta! que não tava entendendo nada do que era pra inglês ver. Da pá virada, meteu-se a encher o pandú, pra ver se sossegava o facho de cocota fogo na roupa.
Tava se achando o rei da cocada preta, boa pinta, quando na verdade era um lambisgóia borra-botas. E de bagunçar o coreto, saiu-se pela tangente, pois botou fogo no boné do guarda e meteu sebo nas canelas. Essa foi de lascar a madeira da meia tigela.
A essa altura do campeonato, despejou seu burro na sombra e ficou fazendo lenga-lenga, mais folgado que colarinho de palhaço. Um chato de galochas, ainda reclamou da batata do arco da velha pois tava na pindaíba.
Ah! Não ia mamar no prego, era hora da onça beber água e ia mostrar pra esse jacu de araque, com quantos paus se faz uma canoa de ripa na chulipa. Não levava desaforo pra casa, mas não queria ficar com cara feia de fome de quem passou noite no xelindró vendo o sol nascer quadrado.
Ficou mesmo com cor de burro fugido quando um pitel bacana lhe deu um supimpa nas carambolas do tempo do guaraná coroa de rolha. Cacildas! Essa não tava nem no gibi!
O sacripantas foi serelepe no forró do borogodó da sapeca. Pela madrugada! Ficou tinindo, até achou que giz era cigarro. Era o fino da bossa. Mas quem vai num pé, sempre volta noutro, que nem bode embarcado. Teve que picá mula quando foi tirar as remelas da jóia.
E os coquinhos? Ah! Esses ficaram espalhados por aí mesmo, porque texto pior, só no cinema.
(Esse texto é uma compilação de algumas expressões cotidianas que já conhecia e outras agraciadas em pesquisa feita no Orkut na comunidade “Gírias Idosas”). Abraços.
J. P. G. Monroset

domingo, 15 de maio de 2011


Assim é o mar.

Azul
Às vezes verde,
Outras vezes serpenteado de tons marrons
Sagrado para alguns
Divindade do candomblé
Casa de Iemanjá
Destino dos filhos de Oxum
Inspiração de Jorge Amado
Divã dos aflitos e pensadores
Refúgio dos mal amados
Desafio das embarcações
Por vezes, fúria de Poseidon
Por vezes, pureza de uma virgem, Maria
Eternidade para os negros
Que nunca alcançavam terra firme
Obstáculo para o conhecimento
Berço da vida
Incógnita para os sertanejos
Orgulho dos soteropolitanos
Ignorância de Carolina
Depressão de Russo
Mágoa dos britânicos
Televisivo para crianças
Férias dos mineiros e goianos
Cofre de segredos
Guardados para eternidade
Para alguns, amigo
Para outros, inimigo
Para mim, equilíbrio de minha alma.

Paulo Rogerio Torezani
Librans Omnes


Olá pessoal, voltando a ativa, finalmente... rs'
Este texto foi escrito há alguns anos também...quando eu estava no litoral espairecendo rs'
Espero que gostem!

Abraços a todos os leitores! Comentem!




terça-feira, 26 de abril de 2011

CONVERSAS COM ROCINANTE

- Como com que, então, não poderei saber o nome do cavaleiro?
- Não senhora... já lhe disse que são mais de um!
- Mais de um... então pode ser qualquer um! Onde estarão? Com quem falarão? Você, pobre Rocinante, saberia dizer-me se os visses?
- Não senhora. A nós, os cavalos, não se pode ensinar o rosto!
- E não te lembras sequer seus nomes?
- Muito menos! Nomes são para criaturas sem cascos!
- Como sem cascos?
- Então não vês?! Tenho cascos e patas!
- Como, então, estás a conversar comigo?!
- Senhora, poderias evitar-me o transtorno de lembrar-lhe que estamos em seu sonho!
- Em um sonho! Que bronco tu és! Então não estás vendo como tudo que tocas é real? O pasto que você está a comer tem gosto de quê?
- De pasto! Ora bolas!
- Pois então o que me diz?
- Ora! Pois não lhe incomoda que um cavalo esteja a parlar consigo?
- Incomoda-me que comece a conversar em outras línguas, não que converse, apenas, como haveria de ser entre seres que se querem bem! Como, então não és meu amigo? Não sanarás minhas dúvidas?
- Senhora, não são dúvidas, são curiosidades!
- Não se atreva a usar desses estereótipos comigo, meu bom amigo! Como então, que não se pode mais ser sincero e ter dúvidas reais nesse mundo?
- Senhora, sou um cavalo! Devo responder como um! Se me dão o tiro, devo correr, simplesmente!
- Pois então, aprenda a ser um cavalo melhor!
- Isso não é tão simples, senhora.
- Como não?
- Um cavalo deve obedecer ao seu dono. Se quer que corra, devo correr. Se quer que trote, devo trotar. Assim se faz a vida de um cavalo. E, quando velho, provavelmente já terei sido substituído por um que corra e trote melhor!
- Santo Deus! Pensei que você fosse um cavalo das planícies, dos trotes ao largo, da crina esvoaçante, do vento ligeiro!
- Como então, não vês a cela que me circunda o ventre?
- Agora a vejo, porque a mostrastes! Como lhe aconteceu tal desgraça?
- Senhora... não suportaria sua piedade agora! Basta dizer-lhe que não fui mais ligeiro que os laços deles!
- Oh! Sinto muito! Já o deixo em paz. Mas será que não se lembra mesmo o nome daqueles cavaleiros? Gostaria de lhes agradecer as flores e dizer-lhes que me sentiria honrada com a companhia que tão gentilmente têm devotado desde a altura de suas torres!
- Não senhora! Já lhe disse que é somente um...
- Não diga isso! Não agora, não mais! Proíbo-lhe de dizer que o sonho morreu!
- Não ia dizer que morreu, ia dizer que acabou.
- Que seja, isso também é plágio!
- Então a senhora também conhece os Beatles?
- Isso é um sonho, não é mesmo? Vale tudo que seja belo...
- Mas a senhora não disse que...
- Cale-se! Adeus! Bons pastos o levem!  
(Um passeio pelos cavalos que levo na alma)

JPG Monroset.

sábado, 2 de abril de 2011

Eu queria me apaixonar

Há uns oito anos atrás, eu queria ter meus quinze,
Pra sair com as amigas, poder se apaixonar, e ser ''gente grande''.
Aí o tempo passa, e descobrimos que ser ''gente grande'' dá trabalho.
Sair com as amigas é até divertido, mas encontrar alguém pra se apaixonar,
É mesmo complicado!!!
Os que te querem, você não quer.
E os que você quer, não te querem.
É uma constância incontestável!!!
Muitos te amam, mas milhares te machucam.
E o medo de se ferir, pode ser que te impeça de tentar!
Mas chega uma hora, em que o amor fala mais alto.
E justamente, naquela hora, você vê que aquela pessoa é a que você tanto procurava.
Você passa a enxergar o quão importante ela é em sua vida!
E chega a conclusão de que há sim, alguém certo para se apaixonar!!!
Encontrei esse alguém!!!!!!!!!!!!!!!!!
Ele já faz parte de mim, és metade do meu ser.
E me induz aos melhores caminhos,
Certamente, os da felicidade!!!
Porque sem ele, minha felicidade se perde.
E não será fácil, encontrá-la novamente.
♥ ♥ ♥ ♥ ♥ ♥ ♥ ♥ ♥ ♥ ♥ ♥ ♥ ♥ ♥ ♥ ♥
É, eu preciso de ti!!!
Percebi então, que é bom crescer, 
É bom sair com as amigas,
Mas melhor ainda, é se apaixonar!!!


Mayara Rosa

quarta-feira, 30 de março de 2011




Pretérito Imperfeito

Como dizer que não lhe gosto,
Se cada vez que penso em você
Cada poro do meu corpo se dilata
E minhas terminações nervosas
Ficam ainda mais nervosas
Como dizer que não te quero
Se toda noite ao recostar minha mente ao travesseiro
Penso que poderia estar deitado ao teu lado
Sentindo tua pele, teu olhar, tua ternura...
Como dizer que não te espero
Se cada vez que o telefone toca
Torço com todas as minhas forças
Para ser você, nem que fosse para apenas dizer um “bom dia”
Um “boa noite”, um “boa tarde”
Como dizer que não te admiro
Se a cada vez que olho pra você
Agradeço ao Divino por ponderar tamanha
Beleza e inteligência numa só alma...
Como dizer que não tenho inveja
Se me dói o fundo do peito pensar
Que outra pessoa, e não eu, a tem neste momento em seus braços...
Como dizer que não cultivo a ambição
Se almejo tê-la de forma especial e exclusiva
Tê-la inteira para mim, ter o direito
O direito de te abraçar e te beijar
Quando fosse...
Não importando o dia, a hora
Os olhares alheios,
O medo particular ou mútuo...
Como dizer que não tenho medo
Se meu maior medo é ver um mundo
Um mundo sem a tua presença
Onde eu não pudesse nem a imaginar
Onde eu não pudesse nem a inventar
Como dizer que não me desespero
Se o que eu mais faço é correr contra o tempo
Correr contra o vento
Contra o destino que insiste em distanciar
Distanciar nossos caminhos, fazendo-os não se cruzarem
Correr contra isso tudo, desesperado, desamparado
Tentando impedir algo que considero quase inatingível...
Como pensar em te perder
Se cada vez que este pensamento me espreita,
Meu espírito implora um extermínio iminente
Abandonando qualquer tipo de credo, ou de afeto
Afeto a outras pessoas, a família, a amigos, a mim mesmo
Desejando apenas não existir em uma existência que não exista você...
Como dizer que não te amo
Se, mesmo com páginas em branco
E mais páginas em branco disponíveis
Não consigo exprimir sequer
Metade do infinito amor que sinto por ti
Metade do infinito gozo que sinto em tua simples presença
Metade da infinita aflição que sinto ao estar longe demais de você...
Não, não posso dizer estas coisas...
Não posso nem ousar a arquitetá-las
Posso até querer me livrar disso tudo
Livrar-me de um sentimento doentio e alimentado por lágrimas e anseios inválidos
Mas não, livrar-me de você, não
Seria injusto
Ou seria justo!
Sofrer tanto, e por tanto tempo por alguém que não fará parte de minha vida?
Como dizer que não amei ninguém de forma essencial e doentia
Se em algum dia do passado
Passado chuvoso
Invadido pela dor e o torpor
Eu pude dedicar-te versos tão egoístas
Como estes?
Sim, amei...
Hoje, me amo
E escrevo os mais belos versos dedicados a mim
A mim mesmo!


Meu primeiro post sentimental AUIHUIHSAUSH'
Desculpa gente! rs'
Bem, é um texto um pouco velho...
Escrevi-o há alguns anos...três anos se não me falha a memória!

Abraço a todos!

Paulo Rogerio Torezani
"Librans Omnes"

sábado, 26 de março de 2011

Hesitou à minha frente. Foi isso mesmo. Hesitou à minha frente como se eu, bicho estranho, não quisesse ser outra coisa que não um bicho estranho, de outra espécie. Voltou. Espreitou-me por entre as árvores. Avaliou-me. Calculou o perigo iminente. Revoluteou o corpo esguio em uma manobra de contra-ataque repentino. Mirou-me, as pupilas dilatadas e a íris de um brilho verde-selvagem.
Sondou o terreno. Cogitou obstáculos. Estrategista, arrastou-se pela relva observando o campo inimigo. Optou por uma retirada rápida nos primeiros cem metros rasos. Esperou a recidiva belicosa das tropas inimigas. Nenhum sinal. Operação concluída. Poderia continuar sem sobressaltos, sua caçada noturna. E, eu, cá com meus botões, questionava, sou mesmo tanto perigo? Antes que me esqueça, intitulo estes dois parágrafos de “Gatos”.

J.P.G. Monroset

quinta-feira, 24 de março de 2011

Meu porto seguro


E por onde for quero ter você comigo, e por onde for quero ter você como abrigo.
Pra me aquecer ou pra proteger, sentindo seu calor junto ao meu!!!
E em teus braços eu poder me encolher até sumir no ar!!!
E flutuar sem medo de cair!

Mayara Rosa

terça-feira, 22 de março de 2011

Zombeteando amor


                                            A garganta que antes solfejava palavras sutis
Ao meio de cantigas matinais de uma túrgida alegria,
Hoje se rasga se esmaga, ao tentar soletra palavras para ninar a
Criança resmungona em você.

                                                                          - Wellinton Prates

segunda-feira, 21 de março de 2011

Coisa livre

Esse frêmito fortuito
que percorre o corpo nu
na sua intimidade de corpo só,
isso, em uma palavra é
Liberdade! diga-se logo,
é uma matilha enjaulada
na fronteira milimétrica
do epitélio.
Liberdade, ainda que se queira
mais uma vez desdizer
é dizer o inaudito
Porque tudo já se morreu no passado.
Liberdade é possibilidade
de que o espírito invada a matéria e
preencha-a com seu ânima.
Liberdade é sempre uma palavra
que se diz no presente,
porque ou se é
ou não se é
essa coisa livre.

J. P. G. Monroset

O que dizer sobre o amor?

Ah, o amor! É mesmo sobrenatural.
Há quem diga que ele machuca, aperta o coração.
E mesmo assim, não há quem viva sem ele.
É meio que indagável,
E ao mesmo tempo estimulador.
Propulsor de anseios,
Trazendo em suas vertentes
As veredas do que significa amar.
E amando, nos tornamos mais puros,
Majestosos e impetuosos seres apaixonados,
Capazes de cometer qualquer loucura.
Mas uma loucura boa, que só faça o bem,
Bem ao coração!!!
E o que dizer sobre o amor?
Apenas sinta, pois não há palavras que respondam!


                                                     Mayara Rosa

sábado, 19 de março de 2011

Fragilidades



"Perdido sentei-me no elevador externo da insanidade.
Observei ao longe vozes tremulas e relutantes.
E percebi que me via perdido,
 Em busca de minhas reticências
 Perdidas ao lado do irreal."

                                                    - Wellinton Prates

sexta-feira, 18 de março de 2011

A via sacra

Hoje, um anjo de manobras esparsas
Visitou-me a fronte
Úmida deste mundo.
Encontrou-me à beira de um quinhão de verdade
Rasgando o mundo à maneira de Dalí.
Sob um sol matutino dizia-me
Veja, a vida sortileja ao seu redor!
Eu, muda, não compreendia

o que me entrava pelos olhos
e ouvidos adentro,
mas desconfiava que era vida.

J. P. G. Monroset

Surpreso


Fujo da obrigação
Abstenho-me da dependência
Tento entender o destino
Frustro-me ao questionar sua existência

Flutuo na brisa
Busco refúgio no descaso
Esqueço o tempo
Jogo-me ao acaso

O que é o acaso?

Ler, ver, ater
Amar, brincar, rezar
Sentir, ir e vir
Surpreendo-me, sei rimar.



Paulo Rogerio Torezani
'Librans omnes'

Já não me importa, te amo

Amor loucura de minha nova insanidade por você

Sentir, tocar, cheirar, beijar,
Ele e ela, ela e ele, já não me importo.
Sair, brincar, amar, se entregar
A alguma coisa desconhecida
Que desconhecemos até agora, ou
Pensamos que não conhecemos.

Se intrigar com o desconhecido
É sentir comichões nos pés, é sair
Com o vento por um dia sem fim.
É tocar o invisível e gostar do que ver,
Ou brincar com alguns patos e amar
Talvez ele e ela ou ela e ele
Já não me importa.

Wellinton Prates

"Muito feliz com esta oportunidade de esta poddendo mostrar ao mundo minhas idéias.
Agradeço aos meus amigos Juh, Paulo e May por fazer parte dessa história que está só começando"!
"... Já vos adianto
O passado não existe,
O futuro também não,
Vivemos do que fomos,
Morreremos do que vamos ser.
Qual a tua ascendência?
Qual é a tua descendência?
O que te importa? O que me importa.
Importo-me com o ar nos meus pulmões,
Com algo pra escrever.
De que adianta?
Adianta muito quando se quer ir à diante.
Mais ainda quando adianta ir mais à diante."


Um abraço inefável, inarrável, indizível, indescritível e, por que não, redundante a Jú, Tom e May.
Idem a todos os leitores. Bem vindos!

Paulo Rogerio Torezani
'Librans omnes'

terça-feira, 15 de março de 2011

O marinheiro

Trazia as vestes, o marujo,
Salpicadas de sal da maresia
De errar e navegar por aí
Com sua nau capitânia
Sem rumo, ao norte d’algum

oceano imaginário.

J. P. G. Monroset

segunda-feira, 7 de março de 2011

A águia

Vi certa vez uma águia linda que afrontava uma tempestade em um fim de tarde, plainava forte e era a cena mais bela que já vi. Aquele animal tão indefeso encarava as núvens belicosas como se fossem feitas de sonhos antigos e os raios que despendiam, como se fossem feitos da energia mais pura das bobinas de Tesla. Sei que vocês a vêem através dos meus olhos.


J. P. G. Monroset

domingo, 6 de março de 2011

sexta-feira, 4 de março de 2011

Pequeno pianista

Aquele coqueiro cintila tão gentilmente à luz de um sol matinal,
E toca uma melodia tão suave com seus compridos dedos verdes.
Pianista exímio, quero que saibas que lhe entendo a devoção de sua vida a uma melodia que não posso ouvir.


J. P. G. Monroset

quinta-feira, 3 de março de 2011

Sapiens sapiens

Há dias que o macaco volve à jaula e
Hospeda-se sem ser requestado
Olha-me os dedos e sorri displicente
seu lampejo de alma incauta.
Encara-me um olhar momista a entreter-me
com meia dúzia de piruetas circenses.
Eu, volto-me só
e espero que esse céu de veludo negro noturno
absorva-me as incongruências.



J. P. G. Monroset

quarta-feira, 2 de março de 2011

Solares

Repare nesse sol incidental
estertoroso, apical
episcopal.
Antes, repare na intenção destes raios,
na sua vontade incongruente
de alumiar a realidade.
Como se a realidade não estivesse ela própria
dormida de si.
Esse homem que desce a ladeira
é tão homem,
tão sol,
tão coisa por fazer.
O homem me viu escrutinando a realidade
Acercando-me do limite infinito
desse inconteste devir.